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O Quase Fim do Mundo
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Torta-Fórum :: Livros :: Sua História
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O Quase Fim do Mundo
O mundo quase acabou.
Quem diria,não?É esse tema que traz a minha história (linda e bonita,claro) - O Quase Fim do Mundo!Graças á uma psicopata que toma o poder na Austrália,o planeta quase vai para o buraco.Tipo um jogo de Sinuca.
Bem,a história é longa e dividida em capítulos - E nem terminada está,ainda.É como se fosse uma série.Eu também estou postando ela no Nyah.Nyah,não Nyan,aquele gato dorgado.
Ok,então?Vamos começar esta história.Essa saga contém algumas mortes,mas nada de mais.
Fase I
O Revolucionário Solitário
- Capítulo 1 - Perseguição:
- O mundo quase acabou.
Meu nome é Wel, Maxwell. Sou um dos poucos sobreviventes da destruição iminente do mundo. Aqui, eu conto o relato de como eu tentei tomar o poder e consertar as coisas.
Moro em Sydney, Austrália, novo centro de poder do planeta. A Rainha Helena se tornou a nova governanta da nação, por meio da força, e fez o país não ser mais comandado pela monarquia inglesa, presente aqui á décadas. Uma linda tirana,que arrasou com o mundo inteiro. Os EUA foram dizimados praticamente (E quase não há mais pedra sobre pedra em NY), a Europa sofreu um bombardeio de proporções gigantes e muito mais. O motivo, provavelmente, é que Helena queria ser a "Rainha do Mundo". Como eu sei? Bem, é que eu conheço ela. Talvez ela não se lembre de mim, mas isso não importa agora.
Ela provavelmente conseguiu o que queria. Depois de destruir o mundo, nenhuma nação mais tem coragem de desafiá-la. Ela sempre se achou superior aos outros. Podíamos até fazer uma revolução, mas o povo está amedrontado demais para revoltas, e a vida não é mais normal. Ir para escola, trabalho, isso não existe mais, só existe a busca pela comida ou ficar em casa, com medo. Há muitas pessoas morrendo de fome. A polícia está sempre á serviço da Rainha, então ou você faz o que ela manda ou é capturado. E eles oprimem muita gente.
Poucas pessoas se atrevem á resistir, mas são grupos distintos, não um grupo unido, como deveria ser. Isso facilita pra Rainha. Eu atuo sozinho,como muitos por aí. Quem está nas ruas ou é alguém tentando rebelião ou alguém procurando comida, pois o resto quase não sai de casa. A situação é deplorável. A rua é uma mistura de destroços e poeira. Há um patrulhamento excessivo nas ruas, jogando as pessoas contra a parede. Quem é capturado tem duas opções - Ser morto ou virar um escravo nos Campos de Escravos. Nenhuma das duas opções são boas.
Bem, vamos voltar á história! Eu estava fugindo de uma patrulha da rainha, que provavelmente queria me matar (Ou me mandar para os Campos, sei lá). Eu tinha uma arma em mãos - Eu sempre mudo de arma, ou perco, ou me roubam, sempre acontece algo. Já cheguei a invadir uma casa e roubar uma faca da cozinha - , a melhor que eu havia encontrado até agora - A Bazuca que se recarrega sozinha! Munição eterna,que beleza! Já tinha acertado dois soldados no peito e um na cabeça com uma outra pequena pistola murmurando um pequeno "Headshot".
Um tiro passou rente a minha orelha, levando um pouco de cera com ele. Outro passou por baixo das pernas, o que me fez cambalear um pouco. Havia ainda uns dois soldados correndo atrás de mim. Dei um tiro e percebi que as balas tinham acabado, então só me restava a bazuca. Entrei por uma rua escura e me deparei com um prédio destruído e caído barrando minha passagem. Eu estava cercado.
– Droga! - Exclamei, e logo eles chegaram. Recuei próximo á um bueiro aberto.
– Ok, você! Você é alguém tentando rebelião? O que quer? - Eles perguntaram a mim.
– Destruir o governo, explodir ele e tentar salvar o mundo.
Provavelmente, não gostaram muito da resposta, pois rosnaram.
– Impertinente, você, hein? Acho que devemos matá-lo.
– Tenta!
Ele deu um tiro em mim que me acertou a perna, e eu caí de joelhos.
–O que achou dessa minha "tentativa"? - Ele disse,rindo. Eu e minha boca grande.
– Eu acho - Eu respondi, meio que pausadamente por causa da dor - que eu também quero tentar um pouco - e desci a bazuca neles. Só vi, então,alguns patrulheiros explodindo pelo ar, e suspirei,aliviado - Acho que me livrei dessa.
Mas na tentativa de me levantar com apoio da Bazuca, como se fosse uma bengala, acabei disparando ela. Apesar do chão abafar o disparo, eu acabo caindo para trás, e a bazuca, pra frente, e vai para dentro do esgoto.
Praguejo baixinho pela minha falta de sorte. Sem armas agora. Se agarrando em alguns destroços, consegui ficar de pé novamente. Tirei a bala de minha perna e pego uma gaze no bolso, para tentar limpar o ferimento (Bem,mesmo em tempos de guerra, devemos andar sempre prevenidos,não acha?). Tentei me lembrar de Helena. Afinal, eu havia estudado com ela.
Helena havia estudado comigo, é verdade. E já naquela época gostava de mandar. Tinha grandes amigas, como Bete, Carolina e muitas outras .(Eu também tinha amigos... Mas provavelmente,agora eles estão mortos. Valeu, Helena). Lembro-me de sua festa de aniversário, muito bonita e tal... Mas eu saí sem se despedir dela.
Ela nunca me perdoou por causa disso (Acho que ela estava no banheiro. Meu pai estava quase me esfolando vivo de tanto demorar, então saí) Para me torturar, pegou meu presente (Um lindo abajur de vidro que custou quase todas minhas economias... Hey, eu não sou muito bom em escolher presentes) e o tacou no chão, estilhaçando-o. Dinheiro jogado fora. Helena e suas amigas se mudaram no ano seguinte, então nunca mais vi elas... Tirando, claro, quando ela decidiu que era uma boa ideia dominar e destruir o mundo. Vai entender.
Voltando aos dias atuais, eu andava cambaleando e mancando pelas ruas. Vi um prédio abandonado e entrei nele, pela janela, dentro de um apartamento. Perfeito. Uma locação vazia para passar á noite. Um apartamento até bem acomodado, com um sofá pouco destruído, um banheiro com a tubulação até funcionando (Incluindo o chuveiro, opa) e parece que o microondas não tinha sido destruído.
Peguei uma faca na cozinha (De passar manteiga) e guardei no bolso para emergências. Me posicionei na janela da casa na rua e fiquei observando alguma caça aparecer. Até que veio uma galinha, por aí. Peguei a faca, atirei ela no meu novo alvo. Beleza, frango frito para a janta! Acho que eu não tinha uma refeição decente á meses. Procurei qualquer comida no armário, mas eu não estava interessado em (literalmente) Bolo Formigueiro.
Depois dessa boa janta, fui dormir, numa cama quase destruída, mas que ainda estava boa. E acordei repentinamente no meio da noite, com alguém sentado na minha cama colocando uma faca no meu pescoço.
- Capítulo 2 - Uma briga de facas:
- O que você faria se estivesse dormindo e de repente aparecesse alguém com uma faca no seu pescoço,com cara de deboche e parecendo um soldado real que quer te matar?
Acho que a maioria das pessoas tentaria um diálogo, faria algo racional para sair dali. Negociar com o cara da faca, essas coisas. Infelizmente, eu tinha acabado de acordar e isso foi meio que um susto. Então meu primeiro passo foi agir por puro instinto e reflexo - Ou seja, meter os dois pés com toda a força no estômago do soldado.
Ele voou com toda a força e deu de cara e encontro ao chão.Tirei a faca de cortar manteiga que eu tinha pego na cozinha algumas horas atrás do bolso e comecei a ameaçar ele. Infelizmente,ele ainda tinha a porcaria da faca - E ela era maior do que a minha. Outro problema é que a minha perna algumas horas atrás tinha levado, hã, um tiro. Então ela não estava já nas melhores condições quando o chutei, e agora estava bem pior.
– Como me achou aqui? - Perguntei, cambaleando pela perna.
– Estou te seguindo à horas. Pouco antes de você explodir meus dois companheiros. Cara,o esôfago de um deles saiu voando que é uma belez...
–Cara, eu não estou interessado em esôfagos voadores. Ok,então você está me seguindo a um tempo.
– Basicamente... Esperei você dormir, é claro. Infelizmente, eu esperava que você pedisse por misericórdia, implorasse pela vida e tal, não que metesse os dois pés no meu estômago. Muito bem, vai se render?
– ...Essa pergunta é mesmo necessária?
– Ok, então, serei obrigado a matá-lo.
Murmurei algo como "todo mundo quer me matar o tempo todo, não irá fazer nenhuma diferença" e parti para cima dele.Rolamos no chão,faca (Do tipo de cortar carne de churrasco) contra faca (Do tipo de cortar manteiga), um duelo mortal. A minha perna doía (Tive uma linda chance de meter um chute na boca do indivíduo, mas isso poderia ferrar de vez com ela) e isso atrapalhava muito.
Me lembrei de que estávamos num prédio. E eu havia arrombado um apartamento sem subir escadas. Tentei fazer com que a luta se movesse para perto de um sofá, onde pulei nele e saltei pela janela. Tentei ignorar a dor e aproveitar o momento de surpresa de meu adversário e dessa vez fiz o que qualquer pessoa sensata faria - Saí correndo como se não houvesse amanhã.
Depois de uns cinco minutos de corrida (Onde a cada cinco segundos eu virava numa rua diferente para despistar o cara), parei. Eu ignorei a dor o tempo todo, mas como se quisesse me castigar, ela voltou com toda a potência contra mim. Sentei e levantei a barra da calça - Só para ver que o ferimento sangrava e estava muito pior do que antes. Peguei novamente uma gaze para limpar um pouco mais daquilo. Estava horrível. Pela primeira vez, comecei a pensar que não devia ter provocado aqueles soldados - Apesar de que, claro, ver os esôfagos deles voando por aí fora bem divertido. Infelizmente, eu havia perdido a bazuca. Claro que existem bazucas normais por aí, mas, puxa, havia sido um grande golpe de sorte achar uma que "recarrega sozinha". Agora, eu a havia perdido.
Tirei a faca do bolso e comecei a lixar as unhas. Olhei ao horizonte e vi o castelo onde Helena estava. As memórias, novamente, começaram a voltar.
Me lembro do tempo onde ela conquistou o mundo - Ou a Austrália, pelo menos, no começo. Era um dia normal. 2 de Maio. Uma quarta-feira. Eu tinha... Quantos, uns vinte anos? Era por aí. Eu voltava da minha faculdade, quando vi a notícia no jornal - "Mulher invade Parlamento e toma o poder á força".
A Rainha da Inglaterra não aprovou a medida - Claro. Decretou um ultimato, onde ou Helena saía do poder e aceitava novamente o governo monárquico inglês ou a Inglaterra vinha e destruía a nação. Acho que eu já citei que a "Nova Rainha" não se importava com seu povo e apenas queria o poder, então ela não deu a mínima (Apesar de que começou a aumentar o poderio bélico australiano). No dia seguinte, Camberra havia sido dizimada. Fora isso que transferira a capital para Sydney.
Uma semana depois, um avião da força armada australiana, disfarçado como um Boeing 5601, passou por cima de Londres e dizimou a capital inglesa também. Basicamente, foi assim que começou a guerra que fez Helena meter medo no mundo. Nem um mês no poder e ela já havia começado um combate. Acho que ela estabeleceu um recorde.
De volta ao mundo real e pós-apocalíptico onde eu estava vendo um ferimento em minha perna, refleti. Eu estava realmente perto do castelo. Segundo o que dizem, Helena tomou o poder com o auxílio de mínimas pessoas (Incluindo a sua amiga Beth. Como raios ela concordou com a ideia?), e segundo o que dizem também, a guarda no castelo é bem menor do que a no Parlamento. Será que, talvez, eu conseguiria invadi-lo sozinho e destruir tudo por ali? Eu poderia mudar o mundo. Eu poderia salvar o mundo. Me envolvi em pensamentos e fiquei ali, refletindo, por um tempo relativo... Até a hora em que eu realmente decidi colocar o pé (O pé bom, por favor) na estrada - Eu estava decidido á invadir o Castelo de Menelau,como era chamada a morada da tirana.
Me esgueirei pelas ruas. Tentei achar um soldado. Eles não eram raros. Depois de uns cinco quarteirões de máxima cautela e busca, achei um á paisana. Com muito cuidado, me aproximei do indivíduo sigilosamente... E cravei uma faca de cortar manteiga em seu calcanhar, fazendo ele gritar de dor (Nada demais, já que a porcaria nem ponta tinha). Aproveitei o momento e subtraí seu revólver. Na hora, ele levantou os braços.
– Não me mate. - Ele disse,abrindo um escudo.
– Se fosse você que estivesse no meu lugar, você já teria me matado, não? - Perguntei.
– Bem, eu acho que isso não vem ao caso agora. Nós podemos conversar.
– Você não teria me dado um espaço pra conversar. Teria é dado espaço para uma bala perfurar a minha testa. Mas, vamos ser generosos. Pra que lado fica o Castelo de Menelau? O caminho mais curto, por favor.
–Entre na rua ali em frente e vire á esquerda depois de cinco quarteirões... Então,entre no redondo e pegue a saída Noroeste. - Ele começou a pensar,abrindo a guarda - Assim,continue andando e... - Então ele viu que a sua guarda tinha ido para o brejo, e eu tinha um revólver apontado para ele.
Depois de finalizá-lo, tentei seguir o caminho que ele havia falado. Até que era bom, e eu saí perto do local. Infelizmente,eu não sabia o que eu tinha que fazer depois de pegar o caminho Noroeste - E eu só soube qual era o caminho Noroeste depois de perguntar gentilmente sem a ajuda de revólveres e ameaças e xingamentos para um senhor que vinha passando na rua. Ele saiu correndo, depois.
Tentei entrar na segunda rua que encontrei á direita. Era até clara. Dava pra ver bastante coisa, e não tinha muitos destroços na rua. Provavelmente, as coisas são menos destruídas pra quanto mais você se aproxima do "local onde dorme a fera".
Mas não tive muito tempo para pensar nisso. Um tiro de bazuca foi disparado de uma alameda paralela a rua onde eu estava e explodiu a parede na minha frente.
- Capítulo 3 - O Maníaco da Bazuca:
- Basicamente,eu acho que meu senso comum tem algum defeito, porquê ao invés de reagir (Ora, eu tenho um revólver!), tentar conversar com seja-lá-quem-for-que-está-atirando-um-míssil-em-mim, não, eu saí correndo em disparada sem pensar no amanhã... E nem para um joelho que levou um tiro.
Ouvi um barulho de motor sendo ligado. Como as ruas sendo estreitas, logo deduzi - "Ah, ferrou, ele tem uma moto." E eu estava certo. Logo, o indivíduo que queria me matar neste momento estava já do meu lado, com uma bazuca apontada para o meu rosto, gritando qualquer coisa do tipo "MORRA,SOLDADO DA RAINHA!" Consegui driblar ele uma vez, entrando numa rua rapidamente não dando tempo para ele entrar, mas infelizmente tropecei em algo e caí. No mesmo momento, toda a dor do tiro que eu havia levado no dia anterior voltou com força máxima.
– O que é isso...? - Eu disse, olhando para o objeto no qual eu havia tropeçado - Uma pistola d'água? - Revirei os olhos e coloquei ela no meu bolso juntamente com o revólver.
Infelizmente, o meu tropeço na arma de água (Vazia, que azar) fez com que meu perseguidor me alcançasse. Ele apontou a bazuca para mim, antes mesmo que eu levantasse.
– Ok, meu amigo Soldado - Ele disse - Hora de morrer.
– Vamos ver quem irá morrer! - Eu disse, e tirei a arma do bolso.
– Você está mesmo planejando me matar com uma pistola d'água?
Só então eu reparei que tinha pego a pistola errada.
– Oops. - Eu disse,e peguei o revólver certo - Ok, agora vamos ver quem irá morrer!
Mas ele desceu de sua moto, e abaixou a bazuca.
– Você não é um soldado da rainha, é?
– Não. Você também não, por favor?
–Não, com certeza. Puxa, me desculpe então por qualquer inconveniente - E estendeu a mão para me ajudar a levantar - Meu nome é Nico.
– Prazer, sou o Maxwell, mas todos me chamam de Wel. Também quer tirar a Rainha do poder?
– Bem... Wel, este é seu nome, certo? Bem, Wel, ela praticamente acabou com o mundo. Precisamos tirar ela dali.
– O que você diria se eu falasse que... Já estudei com ela?
Ele me olhou com uma cara surpresa.
– Isso é sério?
– Bem, infelizmente, sim. Eu estava rumando ao Castelo de Menelau, assim como você, acho. Mas infelizmente, eu acabei levando um tiro ontem, e não estou nas minhas melhores condições.
Ele então começou a pensar.
– Eu sei de um lugar onde há alguns itens médicos... - Ele começou - Há um posto aqui perto. Um dos únicos que ainda funciona, mas é claro que não há ninguém lá, está abandonado. Eu vou lá abastecer ás vezes. A lojinha de conveniência está meio destruída, mas tem muita coisa lá sobrando. E é difícil achar alguém lá, e, bem, quando eu acho - Ele levantou a bazuca -, é só mandar ela para os ares. Então, o que acha?
Pensei. Nico estava me fazendo uma oferta muito boa. Aceitei, subi na moto e rumamos para o posto abandonado.
Enquanto andávamos, Nico foi me contando de sua vida. Ele disse que morava sozinho, mas a guerra destruiu o prédio onde ele morava. Para sua sorte, ele havia saído para comprar um pacote de batatas no mercado e se escondeu lá. Quando saiu, a cidade tinha sido meio que dizimada, então desde então ele tem resistido.
– Eu achei essa bazuca alguns dias atrás. Ela tem sido minha fiel companheira, desde então.
Olhei bem para a bazuca.
– Hey... Essa bazuca... Não é minha?
– Opa, opa, opa! Parceiros, parceiros, bazucas á parte! Essa bazuca é minha, e dela ninguém me tira!
– Ok, ok, só estava supondo.É uma daquelas que se recarrega sozinha?
– Essa? Não... Mas tenho bastante munição.
Continuamos andando pelas ruas devastadas da cidade. Vez ou outra encontrávamos uma pilha de entulhos bloqueando o caminho - A qual Nico pegava a bazuca e mandava o bloqueio para os ares. Ele usava aquela bazuca para tudo. Uma hora um policial começara a nos perseguir, não dera dois segundos ele já havia sido explodido. E isso sem perder o controle da moto!
– Nico? Ahn, você não tem medo de cair não?
– Nem, eu tenho controle, cara. OLHA O SOLDADO!
O pobre coitado não teve nem tempo de olhar quem raios estava o chamando antes de levar um tiro de bazuca e ter seus esôfagos voando por aí. Depois disso, chegamos.
– Aqui estamos, o posto.
– Cara, eu não sei muito bem, mas eu acho que a gente se afastou um pouco do Castelo, não?
– Tudo bem, a gente sobe na moto e volta. Eu vou abastecer aqui ela, vai pegando os suprimentos.
Entrei, então, dentro da lojinha. Realmente,havia destroços aqui e ali, mas ela estava inteira. Peguei gaze, band-aid, alguns remédios que poderiam ser úteis e... Um isqueiro. Ora, pode ser uma boa. Peguei dois Walkie-Talkies também, para continuar contato com Nico caso algo acontecesse.
Saí da lojinha e o vi, andando de um lado para o outro.
– Ah! Ainda bem que você chegou. Eu preciso ir ao banheiro. Cuida da moto aí, já abasteci ela. - E ele saiu correndo.
Fiquei olhando parado para os tanques de gasolina. Olhei para o isqueiro que eu tinha pego. E pensei na arma de água no meu bolso. De repente, eu tive uma ideia maluca. Tirei a pistola do bolso e enchi até o bico com gasolina. E pronto. Acho que nós tínhamos uma arma mais perigosa que a bazuca.
Até ouvir uma voz atrás de mim.
– Passa tudo, mermão - Alguém dizia - Isso é um assalto - Me virei e dei de cara com um sujeito mascarado, apontando uma arma pra mim. Eu levantei os braços.
– Calma, cara. Tem uma lojinha de conveniência inteira ali.
– Calma o caramba. Passa tudo o que você tem. Essa moto também.
– Ela não é minha. Não a leve.
Mas ele não me escutou. Pegou a moto e a empurrou para trás dele, sem tirar a mira de seu revólver da minha testa.
– Pronto. Agora, você não vai tentar nenhuma gracinha.
– Calma, cara.
Atrás do assaltante,dando a volta no Posto, eu vi Nico. Ele viu a situação desesperadora que eu estava e tentou algo mais desesperador ainda. Pegou a bazuca e saiu correndo... Na direção do assaltante.
Quando já estava ficando perto, ele ouviu os passos do Maníaco da Bazuca. Mas era tarde demais. Nico pulou na moto, deu a partida e saiu correndo na minha direção. Só deu tempo de pular dentro da moto. O assaltante começou a disparar, enquanto nós fugíamos.
– Ok, obrigado - Eu disse - Essa foi por muito pouco.
– Não acabou ainda, Wel! Eu ainda preciso me divertir - E olhou para trás, balançou o cabelo e gritou - OLHA A BAZUCA!
E um tiro bem calibrado acertou em cheio o Posto, explodindo tudo por ali - A lojinha de conveniências, a gasolina e principalmente o assaltante. E Nico, meio pirado, começou a comemorar disparando para cima como se fossem fogos de artifício.
- Capítulo 4 - Um Casal de Rubis:
- Fugimos durante algum tempo e depois entramos num beco qualquer.
Então, desci da moto, agradeci a Nico pela ajuda, entreguei o Walkie-Talkie para ele para mantermos contato... E ele começou a dizer que não queria que eu fosse embora.
– Eu te ajudei, você me ajudou. Achei que éramos uma equipe.
– Não se preocupe - Eu disse - Qualquer coisa,use o Walkie-Talkie aê. Estarei sempre em contato.
– Wel, por favor. Vá do outro lado da rua.
Eu fui. Chegando lá,Nico disparou um tiro de bazuca, alegre, acertando uma janela ao meu lado, fazendo eu gritar algo como "Você quer me matar?" e ele respondendo algo que eu não entendi direito, provavelmente "Não".
Então ele ligou o Walkie-Talkie e tentou falar comigo. Não deu. A antena era pequena demais. Aquele troço era antigo demais. Não ia dar para falar nem se estivéssemos a uma esquina de distância. Isso era um problema.
– E isso não é tudo - Ele continuou - Eu também não quero que você vá embora. Temos o mesmo objetivo. Nós vamos derrotar a rainha, Wel.
Comecei a pensar. Realmente, Nico era uma boa pessoa. Apenas não tinha me passado pela cabeça ajudarmos um ao outro regularmente, ainda - Você promete que não vai me matar com a Bazuca? - Perguntei.
– Sim. Prometo. Essa belezinha é só para explodir quem tentar nos matar... Ou para tirar alguma coisa da frente... Ou para explodir coisas e entrar... Bem, há mil e uma utilidades - Ele disse, sorrindo - Incluindo explodir um posto de gasolina.
– Que nós provavelmente íamos precisar voltar depois. Ok... Mas eu peguei um pouco de gasolina - Mostrei a arma de água enchida com o líquido - , mas não é para usarmos na moto.
– É para quê, então?
– Preciso fazer uns testes com isso.
Passamos, então, a semana seguinte inteira fazendo preparativos. Eu não tinha condições de invadir um castelo e matar uma rainha psicótica com a minha perna naquela condição, então esse foi o maior motivo de esperarmos. Nico também achou mais munição nesse tempo. Mas, por outro lado, eu consegui fazer os testes que queria.
– Muito bem - Eu disse, pegando a Gasolina e o Isqueiro do bolso - eu tenho uma ideia... Explosiva. Para quando quisermos ser mais silenciosos (Afinal, com uma bazuca até na lua se ouve) ou não gastar tiros com sua arma (Mesmo que você tenha achado mais munição). Vamos fazer um teste. Tem madeira?
– Não... - Ele disse, e disparou um míssil contra uma árvore, que fez chover madeira - Mas agora temos.
Peguei a madeira, meio assustado - Muito bem, então - Acendi o isqueiro e taquei fogo no pedaço de árvore. Entrou em combustão quase instantaneamente. Então, taquei ele contra uma parede próxima - Distância, agora.
Saquei a arma de gasolina e disparei um jato certeiro nas chamas. A parede explodiu. Nico quase caiu para trás com o susto.
– Eu chamo essa nova arma que temos de JPEG... Ou seja,Jato Potente que Explode Gasolina. Sim, é um trocadilho do caramba... Mas funciona. É mais silenciosa que a bazuca. Podemos usar quando quisermos ser silenciosos.
– Cara, de qualquer forma, uma explosão não é silenciosa.
– O que eu quero dizer é que a Bazuca é muito barulhenta, você ouve o tiro antes mesmo de acertar o alvo, entende? A JPEG pode ajudar nesses casos.
Também tínhamos o problema do Walkie-Talkie, que precisava de mais alcance. Felizmente, uns três dias depois do teste da JPEG, encontramos procurando mantimentos uma loja de informática que não estava destruída.
– Só que está trancada - Observei - Talvez tenha algo pra consertar o Talkie aí dentro, mas... - ...E um míssil explodiu a porta.
– Não está mais - Nico disse - Vamos entrando.
Entramos silenciosamente dentro da loja, na ponta dos pés, para caso houvesse algum soldado ali... Ou, pelo menos, foi o que eu tentei fazer. Nico foi tão sutil quanto um elefante, derrubando algumas prateleiras e fazendo cair um estoque inteiro de Notebooks intactos.
Então, enquanto nos distraíamos com alguns computadores despencando ao chão, alguém apareceu atrás do balcão e atirou uma lança em nós, gritando "MORRAM!". A lança errou Nico por milímetros, acertando um Notebook e grudando-o na parede.
– Epa, epa, epa! Viemos em paz! - Eu disse.
– A não ser, claro, que você seja um soldado. Então, viemos em guerra - Disse Nico sorrindo.
– O que vocês querem aqui? E pra quê bazucar a porta? Não sabem bater?
– Eu sei - Eu disse - Ele não.
– Bem, eu sei que loja de informática não tem nada a ver e tal (Por falar nisso, como conseguiu deixar tudo intacto? Parabéns aê), mas você sabe aumentar o alcance de distância de um Walkie-Talkie? - Nico questionou.
– Bem... - Ele pegou os Talkies - Eu posso ver. Tive um desses quando era pequeno... Posso tentar fazer alguma coisa - E então, alguém desceu as escadas da loja, uma mulher.
– Querido? - Ela disse - Quem são essas pessoas?
– Oi, coração - O dono da loja respondeu - São clientes... Eu acho. Querem que eu aumente o alcance esse Walkie-Talkie... Mas não sei muito bem.
– Ah! - E ela pegou o Talkie da mão dele - Eu sei! Vocês querem maior alcance, foi isso que eu ouvi? É só aumentar a antena... Já fiz isso uma vez, quando as Forças Armadas de Algum País Desconhecido não tinham destruído tudo por aqui ainda. Vou levar lá pra cima e ver o que posso fazer - E ela pegou os "rádios" e foi embora. O dono da loja começou a nos olhar.
– Não vai demorar, eu espero - Ele começou - Vocês não tem dinheiro para pagar, né? Não sei nem se isso ainda existe ou tem importância. Ah, mas que falta de educação a minha... Não me apresentei! Prazer, sou Nicolau Rubi, e essa é minha mulher, Valéria Rubi. Nossa casa fica aqui em cima da loja mesmo...
– Prazer, então - Disse Nico - Esse é o Maxwell, ou o Wel, e eu sou o Nico.
Os dois começaram a conversar, e eu me envolvi em pensamentos... Novamente, sobre Helena. A rainha malvada... Nem sempre tão malvada. Sim, ela tinha um temperamento horrível na escola... Mas era boa pessoa.
Claro que tudo mudou depois da desastrosa festa. Ela, que nunca fora próxima de mim, mas mesmo assim ainda era uma amiga, passou a me desprezar como se eu fosse lixo (Ok,acho que ela até jogou um pacote de batatas vazio em mim uma vez,como se eu realmente fosse lixo). Ela virou uma tirana. Não por causa de mim, é claro. Foi uma personalidade que se misturou ao seu gênio péssimo e ela virou o que foi descrito. Uma rainha cruel. Sem coração.
Aquela pessoa que você nunca ia imaginar que isso ia acontecer.
Um dia, anos depois do incidente na festa, estávamos brigando. Por algum motivo. Nós sempre brigávamos, ela me odiava. Mas essa briga foi especial. De algum jeito, acabamos nos beijando. Viramos namorados. O tanto que nos odiávamos, e passamos a nos amar...
... E ela desapareceu. Simples assim. Quando a vi de volta, ela já havia se tornado a rainha psicótica e destruidora de planetas. E o meu próximo passo é matá-la.
– Oi? - Disse Nico, passando a mão na minha frente - Terra para Wel?
– Oi - Disse, piscando - Estou aqui. Que aconteceu?
– Os Talkies voltaram.
Valéria já os trazia. A melhor maneira de testá-los seria mandar Nico para o outro lado da cidade e ver se pegava, mas a Sra.Rubi disse que a distância era de mais ou menos aqui á Camberra. Como relhos ela fez essas alterações, eu não sei, mas vai ser bem útil.
Agradecemos ao casal Rubi e prometemos voltar qualquer coisa ou quando o mundo voltar ao normal. Subimos na moto, então, e eu perguntei -
– Para onde, agora?
– Todas as armas estão aqui, Wel. O nosso destino é claro. Vamos para o castelo.
- Capítulo 5 - Explodindo parede e chão:
- A viagem até o Castelo de Menelau nem foi tão longa cronologicamente. Longo mesmo foi o tempo que se passou em nosso psicológico. Cada 100 metros pareciam meia hora, afinal, estávamos muito nervosos. Não dá para embarcar numa moto com uma bazuca, uma pistola, uma JPEG, dois walkie-talkies e um isqueiro indo matar uma rainha homicida correndo o risco de morrer também sem ficar nervoso.
Isso sem falar no risco em ser capturado sem morrer. O que significaria ou ter de servir a rainha ( Acho que prefiro morrer ) ou ir para os Campos de Escravos ( Eu também prefiro morrer aqui ). Uma coisa estranha é que ninguém sabe onde ficam os malditos campos. Muitas pessoas já foram procurar, e voltaram sem saber. Acho que praticamente cada km² da Austrália já foi vasculhado em busca dos Campos.
Eu e Nico começamos á conversar para afagar o nervosismo. Nico me contou que ele era Químico, e que havia se interessado pela profissão ao saber que juntando substâncias ele poderia fazer coisas explodirem. Ele disse que havia descoberto o lendário Átomo 200 ( E por algum motivo decidiu chamá-lo de TNTônio ), mas antes que pudesse divulgar a descoberta, ele decidiu comprar um pacote de batatas e o mundo explodiu.
Contei a ele o que eu tinha em meu passado - As partes interessantes, claro. Acho que ele não ficaria empolgado com meus tediosos cinco anos trabalhando como caixa num Supermercado. Falei da minha época de escola, do meu namoro com Helena, de suas amigas na época ( Carolina, Bete, Malvina... Nem lembro o resto )... Enfim, tudo que também pudesse ajudar a derrotar Helena.
Depois de um tempo que pareceram anos ( E Nico constatou em seu relógio, dizendo "Nossa, foram só quinze minutinhos!" ), chegamos ao Castelo de Menelau. Grande e poderoso, feito para quem olhasse pensar algo do tipo "Esse castelo é grande então não vou me meter com ele"... Justamente o que eu estava indo fazer!
A ideia inicial de Nico era entrar pelo portão da frente e anunciar tranquilamente que íamos matar todo mundo ali. Enquanto isso, eu começava a atirar. Mas disse que não era uma boa ideia e que era mais seguro ( E menos barulhento) usar a JPEG na parede. Por fim, ele concordou. Infelizemente, quando íamos explodir a parede, um soldado mascarado caiu do céu, sacou duas espadas e começou a querer matar a gente.
– Hey, hey, espere! - Disse Nico, ofegando, depois de desviar da quinta ou sexta espadada - Não nos mate!
– Quais são suas intenções no castelo? Porquê estão aqui com um isqueiro e uma arma de gasolina? - Nisso, percebemos que ela era uma mulher.
– É a JPEG, moça - Nico respondeu - E nós apenas viemos explodir essa parede, invadir o castelo e matar a rainha. Podemos?
Ela olhou para Nico como se ele tivesse falado algo muito estúpido.
– Desculpe estragar seus planos, moço, mas não, não podem. Acho que terei de matá-los.
Felizmente, eu existo. Numa manobra rápida ( Na verdade, ela apenas se distraiu com Nico e eu aproveitei ) eu peguei a arma d'água e disparei um rápido jato de gasolina na mulher. Peguei o desespero e ela me olhou com horror.
– Não faça isso - Ela começou a recuar - Ou você chamará a atenção de todos com a explosão.
– Nós já íamos chamar explodindo a parede - Respondi.
– Mas a ideia de usar a JPEG ao invés da Bazuca não era não chamar a atenção? - Nico perguntou, confuso.
– Bem, a JPEG ia dar mais tempo para a gente...
– Muito bem, gente, ótimo plano - A mulher disse - Mas vamos pensar num pacto? Numa trégua?
– O que você acha, Wel?
– Wel? - A mulher disse - Você é Wel? Maxwell?
– Não é por nada não, mas como você me conhece?
Ela tirou, então, sua máscara. E eu a reconheci. Era Malvina, uma das amigas de Helena que eu havia citado á pouco para Nico.
– Malvina?
– Wel... Quanto tempo. De todas as pessoas que eu conheço, você é a última que eu esperava vivo, depois de tudo. E também não é uma das primeiras que eu esperava vir matar a rainha. Talvez Frank fizesse isso... Mas encontrei seu corpo morto semana passada, numa alameda. Um prédio caiu em cima dele...
– Quem é Frank? - Nico perguntou.
– Um amigo meu - Respondi - Não o vejo há anos também. Interessante, Vina. Mas vamos calcular. Você está coberta de gasolina, quer me matar, e eu tenho um isqueiro na mão - Ela se encostou na parede, recuando - Espere - Eu disse - Saia daí - Ela saiu.
Uma mancha muito grande de gasolina havia se formado na parede. Incendiei um galho de uma árvore próxima, recuei e joguei lá. A parede explodiu. Nossa via para o castelo estava livre.
– Agora vaze daqui. Estou te poupando, mas não volte. Procure algum lugar seguro, sei lá. Ouvi dizer que a Macedônia não foi dizimada - E ela fugiu.
– E agora, o que faremos? - Disse Nico.
– Invadimos, ué.
A invasão foi relativamente simples por uns dois andares do castelo. Cada um que aparecia levava um tiro de pistola. Nico também pegou uma arma, de um soldado que matamos, pois concordamos que com a bazuca não ia dar certo.
O maior problema era o senso de localização. Nós não sabíamos para onde ir exatamente. Também não sabíamos onde raios ficava a sala do trono. Pra falar a verdade, a gente não sabia nada.
– Olha - Disse Nico, pegando uma folha do chão - Um mapa do castelo. Agora podemos nos localiz --- E então,o mapa levou um tiro e se esfarelou. Nós rapidamente acabamos com ele e seguimos em frente sem localização. Vez ou outra ainda testávamos os Walkie-Talkies.
Logo estávamos num corredor reto, com janelas. Nico dizia que o lugar era incrível e grande, e que seria uma pena destruir ele. Começamos a conversar sobre algo e o som de uma explosão interrompeu nossa conversa. A parede onde eu estava apoiado foi para o brejo, e eu caí.
Mas felizmente, Nico estava atento e me segurou, me puxando de volta. Olhamos e havia um homem com um arco na nossa frente. Atrás dele, uma alijava com flechas. Flechas explosivas.
– Quem ainda usa arco e flecha em pleno Século XXIII?
– Ainda é o melhor jeito de mirar - Ele respondeu - Pelo menos para mim. Agora, mãos sobre a cabeça.
– Não - Respondi, e saí correndo em zigue-zague. Uma tática minha para não ser acertado. Mirei na cabeça dele e... Ele atirou uma flecha no chão, e ele se desfez sob meus pés com uma explosão. Consegui pular para o lado onde estava o arqueiro, dando uma cotovelada na cabeça dele com tudo e fazendo ele cair no buraco.
Infelizmente, o buraco me separou de Nico.
– E agora? - Ele perguntou.
– Pegue os Talkies - Eu disse - Vamos manter contato e tentar se encontrar.
Saí correndo pelos corredores do castelo, tentando achar um jeito de encontrar Nico novamente. Eu precisava encontrá-lo antes da rainha. Ele seria de valiosa ajuda contra ela...
...Mas na pressa, eu fiz uma curva num corredor distraído demais. Havia um soldado ali. Eu ia bater com tudo nele, mas, com uma força impressionante, ele me segurou pelo tronco e me bateu com tudo numa parede próxima. Tirou uma algema do bolso e prendeu meu braço ao dele. Então, ele chamou reforços, e meu outro braço foi algemado ao braço de algum outro soldado.
Olhando para o meu bolso... O Talkie havia sido espatifado. Completamente destruído, partido ao meio, inutilizado. E havia sido capturado. Eu estava completamente ferrado. O soldado a minha direita aproveitou e me deu um tapa.
– O que faremos com ele agora? - O da esquerda perguntou.
– Matamos, provavelmente. Há mais alguém com você?
– Não. Ajo sempre sozinho... Me matem, então. É melhor do que virar escravo.
– Onde está o Tim? - O Direito perguntou - Ele cuida dos escravos. Ele poderia decidir se matamos ou prendemos este. Ele saberia.
– Eu também posso saber - Disse alguém no corredor a frente. E de repente, ela entrou: Helena, a Rainha Tirana - O que vocês querem saber? E quem é este aí?
- Capítulo 6 - Ponto de Vista:
- – E então? - Ela continuou - Quem é este homem?
– Vossa Majestade - Os guardas fizeram uma reverência - Este homem, esta pistola - Ele atirou a pistola para Helena - e essas... Coisas - Ele apontou para a JPEG - foram encontrados hoje no castelo. O Homem estava invadindo e matando á todos que encontrava.
– Pelos meus cálculos - Dei um sorriso -, matei aproximadamente 34, feri 12 e 9 me escaparam.
Helena se aproximou com cautela. Reparei que ela não me reconhecia."Posso usar isso á meu favor", pensei.
– Acha isso engraçado? Qual o seu nome? Você estava acompanhado? - As perguntas vieram como um tiroteio - Você tem família? Você tem noção do que vai acontecer com você agora?
Respirei fundo e falei - Se acho engraçado? Talvez. Meu nome? Maxwell. Se eu estava acompanhado? Não. Se eu tenho família? Graças á guerra - Fuzilei-a com os olhos, e ela deu de ombros -, não. Se eu tenho noção do que vai acontecer comigo agora?... Bem, provavelmente você me vai me matar.
– E não tem medo?
– Bem - ri - Quando se vai morrer (E há coisas piores que morrer), você sabe que não há outra saída. Então, ao invés de entrar em pânico, o melhor a se fazer mesmo é respirar fundo e contar até três. Mas - revirei os olhos -, é claro que eu tenho medo. Todos temos. Você também.
– Será? Bem, parece que pegamos um candidato á mártir aqui. Vaquíolo - Ela apontou para o guarda da esquerda - Mate ele de uma vez, vai.
Na verdade? Eu estava em pânico por dentro. Mas não ia demonstrar isso na cara dela. Sabia que o plano tinha ido por água abaixo, e a minha única esperança era que Nico sobrevivesse. E, claro, não contei sobre Nico pra ela. Havia um Walkie-Talkie estragado no meu bolso, mas... Bem, ele estava estragado. Helena também segurava os Talkies na mão. Provavelmente pensava em jogá-los na lixeira mais próxima.
Só um pensamento me perturbava a cabeça - Eu ia morrer... Mas sem Helena saber que eu era não somente um Maxwell, mas o Maxwell, Wel. E, bem, era melhor agir rápido, antes que... Vaquíolo (A mãe desse cara devia amar ele) apertasse o gatilho.
– Como vai a Bete? - Perguntei.
Helena arquejou e perdeu o equilíbrio, quase caindo pra trás. Vaquíolo hesitou e olhou para sua soberana. Ela se recuperou logo do susto, mas ainda estava meio perturbada. Eu a havia acertado.
– Vaquíolo - Ela disse -, eu não mandei você parar. Vamos, atire.
– Você não respondeu minha pergunta, soberana.
Ela me fuzilou com os olhos - Não sei de quem está falando, plebeu– Disse aquilo como se fosse um xingamento. Mas eu tinha feito o mesmo com o soberana - Delirando?
– Eu? Seria divertido, né? Mas não... Quem mais? Malvina! Como que ela vai, Helena?
– Eu não te dei permissão para me tratar com tanta, hã, desformalidade. Pra você, é Vossa Majestade, Senhora, Vossa Graça ou o que seja...
– Pare de fugir das perguntas! - ri - Me responda, como vai a Malvina? Ouvi dizer que ela gosta bastante da Macedônia. Ou como vai a Bete, talvez. Ou, melhor, como vai a...
Uma criada dela entrou no corredor, neste instante, trazendo uma pilha de papéis.
– Vossa Majestade! - Ela disse, fazendo uma referência - Aqui está... Quem é este homem?
– ... Carolina! Quanto tempo! Eu até te faria um cumprimento, mas minhas mãos estão algemadas, sabe? Me responde aí, já que Vossa Majestade não quer falar, como vai a...
– De onde... De onde você me conhece?
– Chega - Helena disparou - Você parece conhecer muito sobre essas pessoas, mas não importa. Vaquíolo, ande logo com isso, e por favor, enterre ele beem fundo. Adeus, senhor Maxwe--- Ela de repente parou a fala, e eu dei um sorriso - Wel?
– Finalmente! Eu já estava achando que você ia enfiar uma bala no meu cérebro sem antes mesmo saber quem eu era. Você quis fazer isso uma vez, lembra?
– Só que ao invés da bala, eu enfiei um abajur no seu cérebro - Ela sorriu debochadamente - Eu sinceramente espero que um pedaço dele ainda esteja enterrado aí.
– Wel? - Disse uma Carolina incrédula - É você? Quanto tempo... - E o rosto dela se tornou triste - Você invadiu o castelo? Por quê?
– Você queria me matar? - Disse Helena - Logo você?
– Logo eu? Helena, eu diria que você destruiu o mundo. Se você continuar aqui... Bem, você pode acabar extinguindo, hã, a raça humana.
O rosto dela ficou triste de repente - Não foi por querer, na verdade. Eu sempre tive esse ar de "dona do mundo", né? Essa ambição me levou a tomar o poder na Austrália. Mas só... Essa era a ideia, Wel.
"Mas você não pode tomar o poder sem um plano ou consequências. Antes de invadir, eu era capitã de um exército. Convenci meus soldados a invadir o Parlamento, dizendo que havia uma ameaça rondando o país lá... E tomei o poder. Os soldados, ficaram comigo alguns. Outros não. E eu não podia deixar eles por aí. Podia ter outra rebelião."
"Então eu tive uma ideia terrível. Um campo de escravos. Escondido, para que ninguém nunca invadisse... E impossível de fugir. Minhas antigas amigas me ajudaram no processo de invasão, mas... Uma não. Bete se recusou. E ela foi com os soldados que se negaram, para o campo"
"Uma vez tomado o poder, a Rainha da Inglaterra desafiou. Eu neguei. Duvidava que ela fosse fazer algo muito terrível. No máximo uma guerra. Aumentei o poderio bélico do país firmando uma aliança desesperada com a Coreia do Norte. Um navio cargueiro disfarçado trouxe os mísseis para uma região afastada do país... Para caso algo desse errado, eles estariam ao alcance, longe, mas ainda no território. E deu. Na noite seguinte, a Coreia foi dizimada pelos ingleses, que já haviam firmado alianças com quase todos os países poderosos."
"Fiquei com medo, Wel. Eles não hesitaram em dizimar Pyeongyang. Poderiam fazer o mesmo em Camberra. Fui dar uma olhada no estado dos mísseis... E enquanto isso, destruíram a capital. Foi assim que eu sobrevivi. De lá mesmo, ordenei o ataque que destruiu Londres."
"De lá pra cá, foi uma reação em cadeia. Eles atacavam, eu reagia com força aquém do esperado. Até que os EUA decidiram testar a máquina que eles guardavam - Controladora do tempo. Fizeram o Terremoto mais devastador de todos os tempos no centro do planeta, pouco abaixo dos oceanos. Tsunamis devastaram o mundo. Por isso que mesmo aqueles que não estavam na guerra, estão destruídos. Poucos sabem do Tsunami. Não passou por aqui."
"Tentaram uma última resistência. Bombas sobre Sydney, finalmente. E a cidade está do jeito que está. O mundo parou. Eu sobrevivi, mesmo estando na cidade. Muita gente não. E eu me sinto culpada, muito culpada. Não fui só eu, eu penso ás vezes, mas se não fosse por mim, nada disso teria acontecido."
Reparei que ela estava chorando.
– Me deram essa imagem de descaso com a população, né? Mas eu não consigo fazer nada. Semana passada, tentei chamar pedreiros que sobraram na cidade, para tentar reconstruir algo. Um ponto para as pessoas se ajudarem e tal. Eles cuspiram na minha cara. Ninguém me ajuda. E todo o mundo tem a mesma imagem de mim, e que todos aqueles que foram destruídos estão sendo tratados como heróis da guerra. Decidi, então, que se eu peço e não me respeitam... Me respeitarão pela força. E aí está a montanha de soldados nas ruas, mais trazendo pânico do que ordem.
Olhei pra ela. Ela olhou pra mim. Olhos úmidos e chorando. Talvez realmente não fosse culpa dela.
– Levem-o - Foi o que ela disse.
– Pra onde? - Perguntei.
– Você disse que há coisas piores que a morte, não? Você era uma pessoa que, se eu soubesse que estivesse viva, eu confiaria completamente. Eu gostei de você um dia, lembra? Agora eu sinto como se alguém que eu confiasse... Bem... É como se tivessem me apunhalado pelas costas.
– E eu ainda acho melhor você sair do poder. Para você. Para o mundo. Se tiver como, eu ainda vou tentar tirá-la daí.
– Foi o que eu pensei. Levem-o, sumam com ele da minha vista. E fique com essa porcaria estragada - Ela me jogou os Talkies - para sempre se lembrar do que aconteceu no dia em que você desafiou a Grande Helena. Levem-o de uma vez aos Campos de Escravos.
- Capítulo 7 - A Guerra no Refeitório:
- Depois de ser amarrado no banco do carona de um caminhão e ser levado até uma plantação de soja no extremo canto da cidade, eu achava que nada mais pudesse fazer sentido.
Como vocês devem lembrar, Helena achou que a morte era pouco pela minha "traição" - E ela também me fez se sentir culpado, porcaria! - e me condenou aos fatídicos Campos de Escravos. Ah,sim, eu tinha o Talkie quebrado no bolso pra "guardar de recordação e nunca mais tentar fazer isso". Seria legal se eu tentasse fazer isso de novo, já que a ideia era uma viagem só de ida para os Campos.
Resumindo, no meio da plantação, o meu motorista atropelou um Espantalho. Ele impressionantemente não se quebrou - Na verdade, apareceu um elevador e levou o caminhão pra baixo da Terra. Não muito fundo, mas o suficiente pra que ninguém imaginasse a localização dos Campos.
Ele me despachou do caminhão - Com uma arma apontada na cabeça, para "não fazer gracinhas" e me levaram por dentro de uma sala até clara. Do lado da entrada da sala tinha um portão bem grande. Provavelmente levava até os campos. Lá, colocaram uma corrente no meu pé, acorrentaram uma bola de ferro na outra ponta e me jogaram dentro do lugar. Pronto. Eu havia me tornado um escravo.
Depois de alguns minutos andando pelos campos subterrâneos lotados de gente e que pareciam infinitos (E graças á bola de ferro, com uma dificuldade do caramba), consegui falar com alguém - Normalmente, eles cuspiam na minha cara. Esse pessoal estava com uma picareta e minerava. Perguntei o motivo, e eles responderam:
– É simples. Na hora da janta/almoço, se você entregar alguns minérios, eles te darão comidas melhores. E isso acaba enriquecendo o império de Helena. Infelizmente, fui fisgado pelo estômago, e por isso, minero.
– Mas... Onde conseguiu a picareta?
– Com minérios, também. Há alguns jogados no chão. Se forem valiosos, você pode trocar por uma picareta. E ninguém ousa roubar a picareta. Ninguém quer levar uma picaretada na cara. Foi assim que Tróstki morreu, aliás.
Agradeci o homem e comecei a procurar qualquer coisa no chão. Mas, logo que comecei, tocou uma sineta - Hora da Janta. Fui para o refeitório (Uma barraca caindo aos pedaços) e me deram uma gororoba qualquer. Vi o homem de antes entregando um pedaço de esmeralda e ganhando Bife e Batata Frita. Reparei também que ele deixava a Picareta perto, quase á mão - Talvez ele não quisesse que a roubassem, talvez fosse pra dar na cabeça de quem fosse roubar comida.
Não achei lugar nas mesas - E vi dois homens se engalfinhando por um lugar. A briga acabou com uma Bola de Ferro na cabeça, e uma morte. Ao que parecia, o lugar era selvagem. E quase sem regras. Posicionei minha bola de ferro ao chão, fazendo um pequeno buraco, e me sentei em cima dela. Logo, coloquei o prato em cima da perna e comecei a comer.
"Essa vai ser minha vida agora? Temendo pelo dia de amanhã, onde posso acordar com uma picareta no crânio, comendo uma coisa nojenta, procurando minérios, e arrastando uma bola de ferro? Realmente, Helena. Existem coisas piores que a morte" - Eu pensava. Mas não queria morrer, claro. Quanto mais vivo eu ficasse, era melhor. Mas agora, era quase impossível escapar. Não com a bola de ferro limitando meus movimentos, com os Campos escondidos no meio da soja e sem comunicação com o exterior.
Até que alguém com uma sopa tropeçou e caiu em cima de mim, derramando todo o líquido na minha cabeça.
– Ah,não,chega! Isso é uma desgraça completa! Esse lugar é horrível!
– Você é novo aqui? - Disse a pessoa. Era uma mulher - Não viu nada ainda. Estou aqui a basicamente um ano e meio. Sou a pessoa que inaugurou este lugar. Se acostume - E ela olhou duro pra mim.
– Não importa o quão antiga você esteja confinada, se ainda é uma desastrada completamente burra que derrama sopa nos outros!
Ela tirou a picareta de suas costas. "Ah, maldita boca grande", eu pensei.
– Você não tem como correr, assim como eu - Ela apontou para a bola de ferro - Últimas palavras?
– Você nunca pensou em cortar a corrente da bola com a picareta?
Ela atacou, e eu me esquivei. Olhei, então, para o prato na minha mão, e vi que era minha única chance. Reparei também que todo mundo nos Campos estavam olhando a gente. Então, numa ideia desesperada, taquei o prato em sua cara.
Ela recebeu o choque com toda a força e caiu para trás. Eu aproveitei e catei sua picareta. A "plateia" estava boquiaberta. Tentei, então, picaretar as correntes, mas não deu resultado.
– Não dá - Ela respondeu, tonta - Eu já tentei. Se desse, eu não estaria aqui.
– Afaste-se - Eu disse - O jogo virou agora, não?
Ela deu um suspiro e voltou a falar - É, parece que sim, o jogo virou. Parabéns. Vai me matar agora?
– Não. Estamos todos ferrados mesmo. Se fosse uma situação de sobrevivência, como nas ruas lá de cima, eu até poderia. Aqui, não.
Ela abriu a boca, como se não acreditasse no que eu dizia. Então tirou algo do bolso e me entregou.
– Então tome. Isso é Silício e Metal. Pode ser útil para você pegar comida no Almoço de amanhã. Eu posso te ajudar a minerar.
– Porquê está me ajudando?
– Eu tenho uma dívida com você agora. Você salvou minha vida, não? É o nosso dom mais precioso.
Pensei. É verdade. A vida era nosso dom mais precioso. Ela não ia me pagar a vida com Silício e Metal. Os cozinheiros que entregavam a comida já haviam ido embora, percebi. E pensei mais - Será que realmente, havia algo pior que morrer?
– Silício... Acho que eu nunca vi Silício. Mas tudo bem. Me ajude. Eu vou precisar. Seu nome, qual é?
– Você já viu Silício, sim. Diversos componentes eletrônicos são feitos de Silício. Celulares. Computadores. Até mesmo alguns Walkie-Talkies do Século XXIII. A propósito, meu nome é Bete.
De repente, foi como se houvesse caído uma bigorna em cima de mim. Dois coelhos numa cajadada só. Eu podia sair dali. Eu podia escapar. Olhei em volta. Todos os escravos. Todos nós poderíamos escapar e lutar por uma causa comum. E eu havia reencontrado alguém que podia me ajudar.
– Nós podemos sair daqui - Eu disse.
– Não dá. É impossível. Estamos acorrentados ás Bolas de Ferro, no subterrâneo, sem ajuda de fora... É impossível!
– Não é. Silício e Metal? - Tirei o Talkie quebrado do bolso - Helena me deixou isso como recordação quando vim pra cá. Pra eu nunca me esquecer do que fiz. Nunca tramar contra ela. Eu diria que teve o efeito contrário. Eu vou usar os minérios pra consertar isso. Chamar reforços. Nós vamos sair daqui.
Ela me olhou surpresa. O plano era ótimo!
– Um dia aqui, e você já vê uma chance de escapar. Muito bem, senhor... Hã... Seu nome?
– Wel. Maxwell. - Sorri, e vi seus olhos arregalarem. Mas ela não falou nada. Me dediquei ao conserto do Talkie. Felizmente, eu não era muito ruim com eletrônica. Consegui - Alô? Alô? Um, dois, três, testando?
Um chiado saiu do aparelho. Estava buscando sinal. E ele respondeu.
– Alô - Disse a voz de Nico.
– Nico!– Gritei de alegria - Nico, me escute. Sou eu, Wel - E ouvi ele gritar de alegria também, dizendo algo como "Você está vivo!" - Sim, Nico, estou vivo. Fui mandado para os Campos de Escravos. Escute-me com atenção, Nico. Está prestando atenção?
– Estou - Ele respondeu.
– Então, faz o seguinte. Pega essa bazuca. Pega uma motoserra, se achar, por favor, porquê não vai dar pra cortar as correntes com a bazuca. Vai até as plantações de Soja no extremo da cidade... Se não souber onde é, tenta achar uma casa com internet funcionando e vai no Google Maps.
– Plantação de Soja... Continua...
– Vai até o espantalho e bata com toda a força nele. Você vai descer num elevador, bem grande, porque é pra caminhões. Leva uma pistola (Com silenciador de preferência) e mate os guardas. Tenta fazer o mínimo de barulho possível. Então corra até o portão de entrada (Um bem grande, do lado de uma sala bem clara) e exploda ele com a bazuca. Não estou mais com a JPEG, infelizmente.
– Ok... Estou anotando - Ele riu - É mais fácil. Pode continuar.
– Agora você vai estar dentro dos campos. O mais rápido possível, pegue a motoserra e corte as correntes no pé de quem vier pela frente. Eu vou estar bem próximo do portão. Uma mulher estará comigo, é a Bete. Tenta trazer alguma arma pra gente. E não vem sozinho. Depois daqui a gente vê o que faz.
– Esse o plano? Beleza. Me parece meio suicida, mas dá. Vou pedir ajuda para o Nicolau e a mulher dele, certeza que eles ajudam. Até lá, Wel.
– Até lá, Nico. Boa sorte - Virei para os escravos - Vamos fugir, pessoal!
Eles gritaram e urraram em resposta. Olhei para Bete e vi que nós precisávamos urgentemente conversar enquanto o resgate não chegava.
- Capítulo 8 - Tiros de amizade:
- – Então - Começou Bete -, eu acho que você precisa saber minha história.
– Pra falar a verdade - Eu disse -, estou bem curioso. De verdade, você era a melhor amiga de Helena. E agora, pelo que eu vi, está querendo matar ela.
– O mundo dá voltas, não? E você era o namorado dela. Não acho que tem muita diferença.
– Faz sentido. Antes, eu vou explicar direito o que está acontecendo comigo.
E expliquei. Fiquei ali durante mais ou menos uma hora e meia, contando minhas "aventuras". Eu conhecendo Nico, o maníaco da bazuca que estava a caminho para nos salvar junto com uma pacífica família de rubis, nossa invasão ao castelo... E, claro, Helena me enviando a este fim de mundo.
– Helena se fez de coitadinha? Isso é interessante. Mas eu não confiaria muito, não. Ela não é dessas coisas. Talvez tenha sido um truque pra você ficar com pena dela.
– E no fim, ela me jogou na cara que eu estava perdido. Legal esse estilo de coitadinha, não? Eu acho que ela não tinha muitos motivos. Ela me tinha na mão. Me mandou pra cá. Se ela realmente fosse a tirana, tinha me jogado tudo na cara e me mandado pra cá de uma forma... Bem pior.
– Esse é o caso. Eu acho que você está entrando no jogo dela, sabe? Provavelmente ela tinha intenção de... Sei lá... Ficar você se remoendo de culpa aqui, ou algo parecido. Pra falar a verdade, eu não sei.
Aquilo me fez pensar.
– Mas de qualquer forma - Ela continuou -, eu preciso contar o meu lado dessa história. Você sabe que Helena tomou o poder, certo?
Eu a olhei com uma cara que dizia "Ah não, sério?"
– Ok, isso foi meio óbvio. Quando ela tomou a Austrália, ela simplesmente deixou todas as amigas dela (Incluindo eu) num cargo elevado. Éramos próximas e ajudávamos ela no que desse. Carolina, por exemplo, não sei se você lembra dela, era uma das que mais ajudava Helena com alguns gastos...
– Eu lembro dela, sim. Tanto que eu encontrei ela na minha invasão.
– Sério? Isso é bom. Pelo menos ela não morreu. Mas eu não fazia muita coisa. Eu tentava dar juízo na minha amiga, na verdade. Dizia á ela que não tinha sido uma boa ideia tentar invadir tudo. Que era uma boa re-entregar o poder e fugir... Sei lá, pra Rússia. Pra Macedônia.
– Hey, sabia que a Macedônia ainda está inteira? Eu recomendei á Malvina que ela fugisse pra lá.
– Bom, mais uma pra minha lista das "ainda vivas". Isso é bom... Mas, continuando. Aí teve o problema da guerra, lembra? Helena mandou a Malvina pra linha de frente, aliás. A Rainha Elizabeth declarou guerra, e eu então comecei a solicitar uma rendição.
– Infelizmente, isso não aconteceu.
– E, pelo que você me disse, graças á isso o mundo foi semi-destruído. Legal. Então ela começou a ter umas ideias idiotas sobre um campo de escravos, que começaram a surgir quando ela começou a ganhar as guerras e não tinha onde colocar tanto prisioneiro. Então, ela foi dar uma olhada num local perto de Sydney onde poderia servir como uma boa base.
– ...Seria esse local aqui?
– É, acho que estamos nele. Eu, Carolina, fomos todas juntas. Mas quando voltamos, não havia mais Camberra. A cidade havia sido bombardeada. Então nos estabelecemos em Sydney. Eu continuava a encher o saco da minha "mestra"... Até que um dia ela se enfezou e me disse "Você quer que eu me renda, certo? Eu digo que não. Fomos longe demais com isso. Estamos arruinados. O campo de escravos está pronto, sabia? Eu precisava de alguém pra testá-lo. Você quer, Bete? Mas eu não iria tirar você de lá".
– E você disse o quê? Não?
– Eu respondi algo como "Você realmente construiu aquilo? Você está planejando o quê? Uma nova Auschwitz? Quer ser lembrada pela história como mais uma dessas tiranas?"... E então ela perdeu a paciência e me mandou pra cá. Inaugurar o campo. Imagino que quando eu saí dali, ela ganhou o sinal verde para destruir tudo pela frente, inclusive a própria Sydney.
– Muito provavelmente... E aqui estamos...
– Você viu, agora? O que ela fez? Wel, eu não sei você, mas eu acho que ela está apenas se fazendo de boazinha. Ela perdeu completamente o coração ao subir ao trono. As pessoas mudam com o poder, Wel.
– Eu... O que eu acho, na verdade, é que...
...Mas não deu tempo de eu dizer o que eu achava. Nesse momento, o portão explodiu, e Nico,Valéria Rubi e Nicolau Rubi apareceram. Nico havia explodido o portão com sua bazuca. O resgate tinha chego.
– É AÍ, PESSOAL? - Gritou um Nico descontrolado - HORA DO RESGATE! - E desceu uma motosserra na corrente do prisioneiro mais próximo.
Atrás deles vinham os guardas. Cinco, no máximo. Helena nunca se preocupou com a segurança desse local, provavelmente. Talvez nunca pensou que ele pudesse ser invadido ou sei lá. Enfim, os prisioneiros que iam sendo libertados pegavam suas picaretas e iam contra os guardas.
– Eles não estão atirando - Bete observou - Os guardas estão piedosos quanto aos escravos! Eu acho, que se a gente for pra cima deles, a gente une os guardas á nossa causa também.
– E aí, povo do bem? - Chegou Nico, descendo a motosserra na minha bola de ferro - Aqui está, pra você - Ele jogou uma arma pra mim - Um lança-chamas.
– Onde achou isso?
– No castelo de Menelau. E pra você, Bete (Ah, prazer, eu sou o Nico!), eu trouxe essa pequena combinação de isqueiro e arminha de plástico com gasolina.
–A JPEG! - Eu disse - Você fez outra?
– Eu não podia ficar sem aquela beleza, assim como não fico sem essa bazuca.
– Você tem alguma arma que não envolva fogo ou explosões? - Perguntou Bete.
– Acho que não... Então, plano de fuga?
– Olá, pessoal! - Nicolau Rubi apareceu com a gente, enquanto Valéria libertava os prisioneiros - Eu acho que eu achei uma rota de fuga. Há um pequeno morro ali em cima, que dá para o teto. Está até um pouco escavado pelas picaretas, mas parece que por algum motivo, nenhum "PALAVRÃO DETECTED!Vá xingar sua mãe" fugiu por eles ainda.
– É por causa das bolas de ferro - Explicou Bete - Eu conheço esse morrinho, acho que agora, sem as correntes, nós conseguimos fugir por lá. Chame os outros escravos!
– Acho que Valéria já libertou todos, mesmo - E gritei para os escravos virem - Nicolau... Ahn, posso te chamar de Law? Nico confunde.
– ...Pode...
– Ok, então. Law, como vocês vieram?
– Peguei o caminhão do meu tio emprestado. Achei que a gente ia colocar esse mundaréu de gente na caçamba, mas o caminhão quebrou perto daqui. A gente vai ter que fugir a pé.
– Sem problemas, somos muitos - E nos dirigimos ao buraco. Nico ampliou a abertura com um tiro de bazuca. Olhei pra trás e vi os soldados perdidos, sem saberem o que fazer...
...E então, um deles ouviu algo no rádio, pegou a arma e disparou em nossa direção.
– Balas - Eu disse, arregalando os olhos - Eles foram autorizados á atirar... Problema.
– VALÉRIA! - Law gritou - CUIDADO!...
...Mas não deu. Valéria Rubi foi acertada por um tiro bem na perna, e caiu de um modo desengonçado no chão. Law foi correndo socorrê-la, mas algum grupo de escravos já havia pego ela e começado a carregar. A cena era como se fosse em câmera lenta.
– Você está bem?
– Não - Ela disse - Dói muito...
Então olhei pra trás e voltei ao mundo real - Os tiros.
– CORRAM! - Eu gritei - ELES ESTÃO ATIRANDO! CORRAM! - E todo mundo começou a correr e passar pelo buraco.
– Helena - Law disse - Foi Helena que deu essa ordem.
– Só ela tem poder pra isso - Concordou Bete, o ódio minando pelas orelhas.
– Você viu, não, Bete? Sua melhor amiga. Ela sabia que você estava aqui... E mesmo assim mandou atirar.
Vi lágrimas saírem pelo rosto de Bete. Lágrimas de fúria, de ódio. Sua cara estava completamente vermelha, de raiva.
E então entramos pelo buraco que estava levando de volta ao mundo.
O que acharam?
Para ver os capítulos que correspondem á Fase II,clique aqui.
Té Mais \o
Última edição por Felipefabricio em Qui Ago 29, 2013 7:15 pm, editado 11 vez(es)
Re: O Quase Fim do Mundo
a festa eu to assim: wtf? se a helena tivfesse bazuca ia ser assim: esqueceu de dar tchau, tomo bazucada -q
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Re: O Quase Fim do Mundo
Gostei da sua série, achei ela um pouco diferente das outras. Tipo uma pessoa da quarta série não entenderia ela pelo nível de escrita e tal, e também pela formalidade. Parabéns =D
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Re: O Quase Fim do Mundo
Opa,valeu Fri \O
Capítulo 3 postado!Hora de aparecer Nico,o Maníaco da Bazuca.Inspirado em Foquinha. -Q
Capítulo 3 postado!Hora de aparecer Nico,o Maníaco da Bazuca.Inspirado em Foquinha. -Q
Re: O Quase Fim do Mundo
Felipefabricio escreveu:Opa,valeu Fri \O
Capítulo 3 postado!Hora de aparecer Nico,o Maníaco da Bazuca.Inspirado em Foquinha. -Q
Faz um baseado em mim seu lindu? ç.ç -Q
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Re: O Quase Fim do Mundo
Fridoido escreveu:Felipefabricio escreveu:Opa,valeu Fri \O
Capítulo 3 postado!Hora de aparecer Nico,o Maníaco da Bazuca.Inspirado em Foquinha. -Q
Faz um baseado em mim seu lindu? ç.ç -Q
Vou pensar LOL
Quem sabe alguém viciado em Deuses Egípcios q
Re: O Quase Fim do Mundo
Felipefabricio escreveu:Fridoido escreveu:Felipefabricio escreveu:Opa,valeu Fri \O
Capítulo 3 postado!Hora de aparecer Nico,o Maníaco da Bazuca.Inspirado em Foquinha. -Q
Faz um baseado em mim seu lindu? ç.ç -Q
Vou pensar LOL
Quem sabe alguém viciado em Deuses Egípcios q
UHUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUL -Q
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Re: O Quase Fim do Mundo
Opa...Desculpem a demora,o capítulo já estava pronto á uns 3 dias,mas não tinha postado aqui ainda
Bem.,Capítulo 4 lançado!Talvez demore um pouco para o 5...Talvez não...
Bem.,Capítulo 4 lançado!Talvez demore um pouco para o 5...Talvez não...
Re: O Quase Fim do Mundo
Foquinha: PAI POSSO TER UMA BAZUCA?
Eu: NÃO! NÃO! E NÃO! VOCÊ JÁ EXPLODE UM ANDAR INTEIRO DO EDIFICIO MINETORTA! VAI EXPLODIR DOIS SE TIVER UMA BAZUCA!
Foquinha: NAAAAH!
Eu: Se bem que você explodiu as abóboras daquele fazendeiro pirado, e eu detesto aborba! tó, pode pegar
Foquinha: WOW! *le explode a cara do felipe*
Eu: NÃO! NÃO! E NÃO! VOCÊ JÁ EXPLODE UM ANDAR INTEIRO DO EDIFICIO MINETORTA! VAI EXPLODIR DOIS SE TIVER UMA BAZUCA!
Foquinha: NAAAAH!
Eu: Se bem que você explodiu as abóboras daquele fazendeiro pirado, e eu detesto aborba! tó, pode pegar
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Re: O Quase Fim do Mundo
macedônia fica aonde? eu conheço o lugar mas n sei aonde fica XD
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Re: O Quase Fim do Mundo
Felipefabricio escreveu:CAPÍTULO 6!
Transforma essa série em livro O.o
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Re: O Quase Fim do Mundo
Fridoido escreveu:Felipefabricio escreveu:CAPÍTULO 6!
Transforma essa série em livro O.o
Não é má ideia,lol.
Capítulo 7 postado!Seria maior,mas estava ficando grande demais.
Re: O Quase Fim do Mundo
Nico....seu....Maniaco!
Parece Alguém que eu Conheço!
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Re: O Quase Fim do Mundo
Indireta pegando geral aqui, lol.
Fridoido- Prata
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Re: O Quase Fim do Mundo
Law me Lembrou de Trafalgar Law,Do Anime One piece LOLFelipefabricio escreveu:CAPÍTULO 8 POSTADO!
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Re: O Quase Fim do Mundo
Se for um certo personagem que você sugeriu pra série da Área 51,eu me inspirei nele mesmoFoca10 escreveu:Nico....seu....Maniaco!
Parece Alguém que eu Conheço!
Re: O Quase Fim do Mundo
Oe,povo! \o
Então,temos um problema.Eu estava dividindo a história em "Fases",ou Partes.A Fase I já teria acabado,são os capítulos 1 ao 8,onde Wel está combatendo sozinho (Ou com Nico).Já na Fase II,ele não está mais só.Não vou dar spoiler,leia,lol
Mas,basicamente,isso culminou com o fim do espaço pra colocar a história naquele post. Então,vou colocar nesse.Aproveitem \o
Então,temos um problema.Eu estava dividindo a história em "Fases",ou Partes.A Fase I já teria acabado,são os capítulos 1 ao 8,onde Wel está combatendo sozinho (Ou com Nico).Já na Fase II,ele não está mais só.Não vou dar spoiler,leia,lol
Mas,basicamente,isso culminou com o fim do espaço pra colocar a história naquele post. Então,vou colocar nesse.Aproveitem \o
Fase II
Rebelião em Grupo
Rebelião em Grupo
- Capítulo 9 - A Loja interditada:
- Eu poderia contar como nós fugimos pelas longas estradas que rondam a Austrália pra chegarmos novamente em Sydney, passando por cima de alguns policiais que não sabiam o que estava acontecendo, outros fortemente armados e até um Tanque de Guerra (Isso apenas com aproximadamente 100 pessoas... Na verdade, acho que uma foi atropelada pelo tanque), o qual foi explodido por Nico. Mas isso ia ser longo demais, e ia gastar alguns capítulos desnecessários.
Tudo o que precisamos saber é de que nós chegamos em segurança em Sydney, tirando, claro, Valéria, que realmente tinha acabado com seu pé. Na verdade, boa parte da nossa sobrevivência em larga escala se deve á uma mulher que tinha habilidades no circo, então ela era boa em se esquivar das coisas. Assim, ela ia na frente servindo como isca, distraindo os policiais e desviando de balas. Então, a gente atacava com os Lança-Chamas e a Bazuca do Nico. O nome dela era Merlyn, mas apelidamos ela de Matrix.
Resumindo, logo nós chegamos á Sydney. Mas a gente tinha um problema - Se nós já havíamos atraído uma horda atrás da gente no meio da estrada, não íamos conseguir ficar vagando inutilmente na rua sem atrair mais um tanto de soldados. Precisávamos de um lugar pra ficar.
Foi aí que eu lembrei de um lugar.
– Um prédio!
– Hein? - Perguntou Nicolau.
– Um prédio, Law. Há alguns dias, eu me abriguei num prédio abandonado, caindo aos pedaços. Foi um dia antes de eu conhecer Nico. Mas serve de abrigo! Pelo menos, pra tanta gente, serve!
Todo mundo se entreolhou, mas felizes. Pareciam gostar da ideia.
– Beleza... - Disse Bete - Mas onde fica?
– Julgando pela nossa atual localização... Fica mais para os cantos da cidade. Meio longe do Castelo, uns vinte minutos. Daqui até lá... Mais uma meia hora andando. Acho que é bom pegarmos a estrada, gente.
Se levantamos e começamos a andar,mas ninguém reclamou. Todo mundo estava na expectativa de algum lugar pra ficar sem correntes e picaretando minérios no chão. Mas, felizmente, tudo deu certo. Depois de uns quarenta minutos andando (Mais alguns policiais malucos tentando nos matar mais uma vez...) chegamos no prédio abandonado.
– Edifício H-Mamona.Que nome estranho - Disse Valéria, lendo a placa de entrada - Mas é alto - Ela olhou pra cima - Deve ter em torno de vinte andares. Deve servir.
– Aproximadamente 100 pessoas... - Calculou Matrix - ...Dá mais ou menos umas cinco por andar. Dá e sobra, gente.
– Isso é bom - Eu disse - Bem, vamos entrar? - E olhei pra uma janela quebrada - ...Eu acho que esse era o quarto onde eu estava quando eu vim pra cá. Precisamos consertar essa janela. Não quero soldados maníacos aqui no meio da noite.
– Há materiais na minha loja - Disse Law - Podemos dar uma passada lá. Não fica tão longe daqui, eu acho.
– Bem, mas também não fica tão longe do Castelo. E acho que a gente não precisa de mais soldados nas nossas costas. Bem, teremos de arriscar, não?
– É isso ou nada.
– ...Ok... A gente vai ter que ir a pé, ou seja, andar mais um pouco. Podemos ir eu, você, Nico, Bete... Matrix, quer ir?
– Sem problemas - Ela disse.
– Valéria também poderia ir - Law se lamentou - Mas, acho melhor você ficar aqui. Alguém pode tentar arrumar o pé dela?
– Eu - Disse um cara no meio dos ex-escravos - Eu era médico antes de ser escravo. Fui pro campo porque Helena um dia se consultou comigo e não quis pagar a consulta. Meu nome é Henry.
– Ok, Henry. Só cuide bem dela, por favor - Ele disse num tom melancólico.
– A gente podia ir de Moto - Nico disse - Mas acho que eu deixei a moto na casa do Nicolau, hã.
– E que tal aquele carro? - Disse Matrix.
Olhamos pro outro lado da rua e não acreditamos no que vimos. Tinha um carro lá. Fomos dar uma conferida e vimos um soldado preguiçoso dormindo dentro. Jogamos ele num bueiro, então.
– Mas está sem gasolina - Avisou Bete.
– Coloca a JPEG no tanque! - Disse Nico, feliz.
Logo estávamos nós cinco em direção á loja de Informática de Nicolau e Valéria Rubi. Law, antes de ir nos salvar, era um louco que ainda mantinha sua loja aberta e consertava computadores.
– Parece loucura - Ele disse - Mas é bom ajudar os outros. Alguns sites de internet ainda funcionam. Alguns site de notícia ainda funcionam. Mesmo depois do quase Fim do Mundo, há gente trabalhando.
Me surpreendi. Achava que a coisa mais importante atualmente era a sobrevivência. Mas parece que tinha gente querendo ajudar os outros em meio ao caos. Sites de Notícia, Lojas de Computadores. Passamos por uma Floricultura aberta também. O dono nos disse que achava que era possível mudar o mundo trazendo alegria em via das flores.
Enfim, nós chegamos á loja de Law. Só pra achar ela interditada por faixas amarela-e-preta e alguns soldados na porta.
– O que está acontecendo? - Law perguntou, saindo do carro - Essa é a minha casa! Minha loja! Vão me proibir de trabalhar?
– Não, senhor. - Disse um soldado - Mesmo em tempos apocalípticos, as pessoas ainda tem o direito de trabalhar. Não vem ao caso. O senhor é Nicolau Yelsaew Rubi?
– Sim - Ele respondeu - Mas...
Não houve nem tempo. De surpresa, ele tirou uma algema do bolso e algemou Law. Em seguida, tirou um porrete e deu na cabeça de Law, que caiu no chão.
– O senhor está sendo acusado de participar no esquema de libertação de escravos, que culminou com a fuga de mais de 100 escravos dos Campos de Escravos. O senhor aguardará um julgamento nos Campos de Escravos. Agora - Ele pegou a mão de Law e começou a arrastar - venha comigo.
Desci do carro.
– Hey! - Gritei - Solte ele!
O soldado me olhou com fúria.
– Mais um? Fique longe disso, senhor, pode ser pior pra você - E então ele pareceu me reconhecer - Espere, o senhor é Maxwell Irotrone?...Ah, esquece, é claro que é - E tirou uma pistola do bolso. Eu teria sido acertado, se Matrix não tivesse pulado e me tirado do caminho. Então todos descemos do carro.
– Helena tem algum corte de gastos em armas? Fica dando pistola pra todo mundo - Disse Nico - Tome esta bazuca,senhor!
– NICO! - Gritou Bete, apavorada - Se você atirar, vai matar Law!
O Soldado apontou a arma pra cabeça de Law - Então, nem pensem em atirar em mim, não? E a senhoria seria Bete, a primeira prisioneira?
– Sim, eu seria essa Bete aí. Mas, espere um segundo.
O guarda parou. Mas não sem tirar a arma da cabeça de Law.
– O que você está usando? Isso seria um daqueles uniformes ultrapassados da Rainha, esses azuis?
– Hein?
– Você não sabe que esse uniforme é antigo e desatualizado? Sim, senhor! Os guardas dos Campos tinham um uniforme laranja muito mais bonito, ah, sim. E ainda era a prova de balas! Quer dizer que os uniformes bonitos sempre vão para os campos?
Quase perguntei o que ela estava fazendo ou que uniforme laranja era esse, já que o pessoal dos Campos tinha o mesmo uniforme azul, mas pensei "Provavelmente, ela sabe o que faz".
– E essa pistola? Como Nico disse, isso está completamente errado! Os guardas dos Campos tinham submetralhadoras! O que Helena pensa, dando pistolinhas?
O guarda parecia meio desnorteado. Talvez por ser chamado de ultrapassado e meio que inútil. Talvez não estivesse entendendo direito o que acontecia. Seja o que for, foi a distração suficiente pra Matrix chegar por trás dele e dar uma bela voadora nas costas.
– Não contava com a minha astúcia, hein?
Ele caiu ao lado de Bete. Law conseguiu se levantar. Parecia meio pálido e machucado, mas no geral estava bem.
– Que uniforme laranja? - O guarda perguntou, tonto - Eu quero um, eu quero um...
– Eu estava mentindo, tonto - E deu um chute nele. O soldado saiu rolando uma ladeira e caiu dentro de uma lata de lixo - Cesta! Law, está bem?
– Estou, é mais pelo susto mesmo. Vamos entrar?
Entramos, e pegamos o vidro. Bete e Matrix pararam pra ver a loja de Law, e decidiram pegar um Notebook cada. Bete pegou um branco, Matrix um azul. Eu também decidi pegar um, cinza, mais prateado.
– Vai nos ajudar - Bete disse, e eu concordei. Demos uma olhada na casa de Law, também.
– Não vai mais ser seguro ficar aqui - Ele disse - Helena virá atrás de mim agora. Acho que terei de fechar a loja, até acabar tudo isso.
– Vai precisar de uma reforma, depois - Nico disse - Então talvez você não se importe que eu deixe um isqueiro preso á porta e gasolina no chão, né? Pro próximo que entrar atrás de você.
Law riu, e concordou. Nico pegou outro isqueiro na cozinha, pois aquele que ele havia prendido na porta era da JPEG, e fomos embora. Saímos rindo da estratégia de Bete e Matrix, onde ela disse que aquilo veio na cabeça dela na hora, quando viu que Matrix precisava de uma distração.
– Eu nem reparo muito nas roupas dos outros - Ela riu - Acho que vestir a mesma coisa num Campo de Escravos por um ano faz isso.
E, rindo, fomos voltar ao Edifício H-Mamona.
Re: O Quase Fim do Mundo
Hello,povo.Não,eu não postei o Capítulo 10 ainda (Fiz um trato comigo mesmo - Só vou postar novo capítulo quando alguém ler o anterior,e ninguém leu o 9 ainda).
Só vim avisar que eu dei uma "reformulada" no Capítulo 1.Eu dei uma relida nele e...Bem,eu achei meio ruim.Então dei um "upgrade" nele,tirei a porcaria das frases muito formais "Destruí-lo,Explodi-lo",virou tudo "Destruir ele e Explodir ele".Vejam se ficou melhor,ou não,sei lá,não obrigo ninguém
Ah,também fiz uma pequena publicidade na CPTT.É,eu voltei a postar lá,deem uma olhada e.e
Só vim avisar que eu dei uma "reformulada" no Capítulo 1.Eu dei uma relida nele e...Bem,eu achei meio ruim.Então dei um "upgrade" nele,tirei a porcaria das frases muito formais "Destruí-lo,Explodi-lo",virou tudo "Destruir ele e Explodir ele".Vejam se ficou melhor,ou não,sei lá,não obrigo ninguém
Ah,também fiz uma pequena publicidade na CPTT.É,eu voltei a postar lá,deem uma olhada e.e
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